Coréia do Norte ameaça derrubar aviões americanos

A Coreia do Norte advertiu nesta quarta-feira que derrubará qualquer avião espião americano que sobrevoe seu território para vigiar o lançamento do satélite, informou a rádio oficial do regime comunista, citada pela agência de notícias sul-coreana Yonhap.

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“Se os mafiosos imperialistas americanos ousarem fazer espionagem aérea, interferindo em nossos preparativos para o lançamento de um satélite com propósitos pacíficos, nossas forças revolucionárias os derrubarão”, disse a rádio oficial da Coreia do Norte.

Trata-se de uma ameaça incomum contra as atividades aéreas de reconhecimento dos aviões espiões americanos e sul-coreanos que sobrevoam de forma rotineira a Coreia do Norte, como indica a agência Yonhap.

A Coreia do Norte assegurou na segunda-feira que EUA e Coreia do Sul fizeram pelo menos 190 missões de espionagem aérea sobre seu território.

Pyongang publica regularmente o número de aviões espiões americanos e sul-coreanos que verifica em seu espaço aéreo.

A Coreia do Norte anunciou seus planos de lançar um satélite de telecomunicações entre 4 e 8 abril, em meio a suspeitas de que a ação possa ocultar o teste de um míssil de longo alcance.

Mas após analisar imagens tomadas por um satélite comercial, e divulgadas pela imprensa internacional na segunda-feira, autoridades de defesa dos EUA disseram acreditar que o foguete que a Coreia do Norte promete lançar na semana que vem carrega mesmo um satélite , como vem afirmando o governo de Pyongyang, e não um míssil de longo alcance Taeopodong-2.

Segundo os analistas, que falaram sob anonimato, as imagens do foguete revelam uma ponta em forma de bulbo, o que caracterizaria o lançamento de satélites militares e comerciais em diversos programas espaciais, como os de EUA, Rússia, China e Europa. Sanções da ONU impedem Pyongyang de fazer testes com mísseis, mas o regime comunista alega ter direito a um programa espacial pacífico.

Logo depois da divulgação das imagens que mostravam o foguete pronto para lançamento, os Estados Unidos deixaram de prontidão dois navios com interceptadores de mísseis na base naval de Busan, na Coreia do Sul. O Japão também ordenou a mobilização imediata de três navios e de baterias antimísseis ao redor de Tóquio.

– As forças japonesas estão em alerta e a ordem é proteger Tóquio e as regiões onde o artefato norte-coreano pode cair. Vamos interceptá-lo ainda no ar – disse uma fonte do ministério da Defesa japonês.

Os EUA, no entanto, dizem não têm intenção de abater o foguete. Segundo o secretário de Defesa americano, Robert Gates, é improvável que o regime norte-coreano dirija o foguete contra a Costa Oeste dos EUA ou o equipe com uma ogiva, mas reafirmou que o objetivo do regime comunista não é pacífico.

– Eu não conheço ninguém de um nível superior do governo americano que não acredita que essa tecnologia tem o objetivo de esconder o desenvolvimento de um míssil balístico intercontinental – disse Gates, em entrevista à “Fox News”.

A Coreia do Norte advertiu que qualquer interceptação de seu foguete será interpretada como um ato que guerra.

Diante da crise, o governo japonês tenta obter legitimidade internacional para uma eventual interceptação do foguete. Numa reunião com um alto funcionário chinês, o premier considerou “intolerável” o lançamento e pediu apoio de Pequim para a desnuclearização da Península Coreana:

– A paz em toda a região depende de uma península coreana sem armas de destruição em massa. Essa é a mensagem que passo ao governo chinês, para que nos ajude nos esforços diplomáticos.

O Parlamento do Japão aprovou na terça-feira uma resolução que exige à Coreia do Norte que não lance um míssil de longo alcance , ao alegar que tal ato representa uma ameaça à paz.

Oficialmente, o lançamento está programado para acontecer entre os dias 4 e 8 de abril mas diante das imagens divulgadas na segunda-feira, especialistas acreditam que pode acontecer a qualquer momento.

A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, reafirmou que uma eventual tentativa por parte da Coreia do Norte de lançar um foguete seria considerada uma provocação pelos EUA.

– Nós fomos absolutamente claros. A intenção que foi comunicada pelos norte-coreanos de lançar um míssil, para qualquer propósito, será considerada um ato de provocação, que não vamos tolerar – disse.

A secretária de Estado ainda afirmou que seu país poderá recorrer à ONU e que um teste balístico compromete as negociações com a Coreia do Norte, que incluem Coreia do Sul, Japão, Rússia e China e pretendem fazer com que o governo de Pyongyang aceite desmantelar seu programa nuclear em troca de auxílio internacional.

– Este caminho seguido pela Coreia do Norte terá um custo e consequências nas negociações, que gostaríamos de ver retomadas. Pretendemos levar esta violação, caso ela aconteça, ao Conselho de Segurança na ONU – disse Hillary.

Na segunda-feira, a Coreia do Norte disse que as jornalistas americanas presas na fronteira com a China no dia 17 serão indiciadas por entrada ilegal no país e atos hostis.

Fonte: O Globo


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