“Não vou ficar aqui 40 anos”, diz brasileira presa por tráfico nas Filipinas

"Não vou ficar aqui 40 anos", diz brasileira presa por tráfico nas Filipinas

“Não vou ficar aqui 40 anos”, diz brasileira presa por tráfico nas Filipinas

Yasmin Fernandes Silva foi detida por tráfico internacional de drogas em outubro de 2016; julgamento da jovem ainda não tem data para ocorrer


A brasileira Yasmin Fernandes Silva, de 20 anos, que foi presa em outubro de 2016 por tráfico internacional de drogas , em Manila, capital das Filipinas, falou pela primeira vez sobre sua detenção.
A jovem fez um apelo às autoridades do Brasil para que ajudem a regressar para sua terra natal. “Estou disposta a aceitar qualquer condição para poder voltar para casa. Eu não vou ficar aqui [nas Filipinas ] 40 anos. Eu sempre fui forte na minha vida e vou conseguir me manter firme”, disse em entrevista ao Fantástico, da Rede Globo, que foi ao ar no último domingo (5).
De acordo com o Itamaraty, a embaixada brasileira colocou um advogado à disposição para dar assistência jurídica a Yasmin. O julgamento ainda não tem data para ocorrer. Por enquanto, ela compartilha uma cela com outras 70 presas, todas suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas.
Segundo informações da Agência de Combate ao Tráfico do governo filipino, a brasileira foi presa no aeroporto internacional de Manila quando tentava entrar no país com aproximadamente seis quilos de cocaína. A agência explica que a droga estava escondida em um travesseiro. De acordo com informações fornecidas pelas autoridades locais, ela saiu do Brasil por São Paulo e chegou ao país em um voo de Dubai, nos Emirados Árabes.
A prisão da brasileira acontece em conjunto com a discussão filipina sobre a volta da aplicação da pena morte para condenados por estupro, homicídio e tráfico de drogas no país.
Brasileiros condenados à morte
Em abril de 2015, o governo indonésio executou o brasileiro Rodrigo Muxfeldt Gularte , de 42 anos. Ele havia sido condenado à morte em 2005, um ano após ter sido preso ao tentar entrar na Indonésia com seis quilos de cocaína em pranchas de surfe.
Apesar de ter sido diagnosticado com esquizofrenia, o paranaense não teve a pena revista pela Justiça da Indonésia. Gularte passou as últimas horas na penitenciária de Nusakambangan, na ilha de Java. Antes de ser fuzilado, recebeu a visita da prima Angelita Muxfeldt.
O governo brasileiro havia informado, na época, que tinha esgotado todos os esforços diplomáticos para tentar evitar a execução de Gularte. O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse que o governo prosseguia os contatos regulares de mais “alto nível” para tentar convencer a Indonésia a suspender a execução por razões humanitárias, uma vez que o brasileiro tinha esquizofrenia.
Vieira afirmou que os diplomatas brasileiros em Jacarta continuam prestando assistência consular “tanto quanto é possível” para defender os interesses de Gularte, mas respeitando a soberania do país asiático e reconhecendo a gravidade do delito que ele cometeu.
Gularte, porém, não foi o primeiro brasileiro executado no país do sudoeste da Ásia. Em janeiro de 2015, a Justiça indonésia fuzilou Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos. O condenado passou mais de dez anos no corredor da morte e teve dois pedidos de clemência negados.
Moreira era instrutor de voo livre no Brasil quando foi sentenciado a morte em 2004, um ano após ser preso tentando entrar no aeorporto de Jacarta com 13,4 kgs de cocaína escondidos em uma asa-delta.
Rigor nas Filipinas
Embora a pena de morte tenha sido abolida em 2006, ela é defendida pelo atual presidente, Rodrigo Duterte, eleito em 2016, que prometeu em sua campanha eleitoral, voltar a implantar a medida.
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Entre declarações e promessas polêmicas, Duterte tem uma forte política antidrogas, que deseja a erradicação das drogas ilegais. Ele já se comparou com Hitler e afirmou ser favorável a ideia de matar “milhões de viciados”.
Desde o início de seu mandato, em 30 de junho de 2016, até antes do fim do ano, cinco mil pessoas suspeitas de crime já haviam sido mortas no país.  Até dezembro, a polícia havia reportado mais de duas mil mortes em operações oficiais antidrogas. Mas, além disso, outras três mil pessoas foram mortas em situações inexplicáveis, de acordo com autoridades oficiais das Filipinas.
Fonte: Último Segundo/Mundo/Ig. São Paulo


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