Após sexto corte seguidos, juros devem cair para 6% ao ano

selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reúne nesta quarta-feira (18) e deve reduzir a taxa básica de juros da economia brasileira dos atuais 9,75% para 9% ao ano, em um novo corte de 0,75 ponto percentual, segundo a aposta de grande parte dos analistas do mercado financeiro. Se confirmada, será a sexta diminuição consecutiva nos juros. A decisão será anunciada após as 18h.

A crença do mercado em uma nova redução nos juros se deve à uma sinalização da própria autoridade monetária. Em meados de março, o Copom informou que atribuía “elevada probabilidade” à concretização de um cenário que contempla a taxa de juros caindo para “patamares ligeiramente acima dos mínimos históricos, e nesses patamares se estabilizando”.

A mínima histórica da taxa de juros é de 8,75% ao ano e foi registrada entre julho de 2009 e abril de 2010, na primeira etapa da crise financeira internacional.

Com base nesta declaração do BC, o mercado passou a acreditar que este será o último corte deste ano e que um novo movimento na taxa básica da economia acontecerá somente em abril de 2013 – quando a taxa subirá, segundo os analistas, para 9,5% ao ano.

Em julho do ano que vem, a taxa avançaria para 10% ao ano, acreditam os economistas dos bancos.

Sistema de metas de inflação
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Para 2012 e 2013, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.

O BC busca trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% neste ano, visto que, em 2011, a inflação ficou em 6,5% – no teto do sistema de metas.

Para o IPCA deste ano, a previsão dos analistas dos bancos está em 5,08% e, para 2013, a previsão do mercado está em 5,50%. Já o Banco Central estimou, no fim de março, um IPCA ao redor da meta central de inflação (4,5%) para este ano e, para 2013, acima de 5%.

Corte nos juros limitado pela poupança
Economistas avaliam que um recuo mais forte da taxa de juros, abaixo de patamares mínimos já registrados (8,75% ao ano), poderia comprometer a chamada “rolagem” da dívida pública, que é a emissão de títulos públicos pelo Tesouro Nacional para pagar os papéis que estão vencendo.

“A conta é simples: com a Selic na faixa de 8,75%, um fundo DI com uma taxa de administração de 1% e rendendo algo como 98% do CDI, teria uma taxa de rendimento anualizada na faixa de 5,85% (líquida de IR, nesta caso à alíquota de 20%). Mesmo sem considerar a TR (já com uma taxa baixa a essa altura) o cupom fixo de 6% da caderneta de poupança (já liquido de IR) seria superior ao rendimento do Fundo DI”, informou a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), em estudo.

Para a Febraban, não é difícil imaginar o “desequilíbrio potencial desse cenário, que poderia levar a um fluxo significativo de recursos para as cadernetas e ao mesmo tempo escassez de funding em outros segmentos do mercado”.

“Teríamos excesso de exigibilidade, e com base em recursos de curto prazo, de um lado e escassez em outro. Certamente um desequilíbrio que precisa ser corrigido para viabilizar a continuidade da queda dos juros. E quanto antes melhor”, avalia a Febraban no estudo.

Foco no ‘spread bancário’
Para o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, o foco do governo federal em tentar baixar o chamado “spread bancário”, que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e o valor cobrado de seus clientes, e consequentemente os juros ao tomador final, tem relação com a impossibilidade de baixar mais os juros básicos definidos pelo BC neste momento, justamente por conta da caderneta de poupança.

“Não há duvida [que tem a ver com a poupança]. Já virou uma política bem clara de governo de reduzir as taxas de juros para o tomador final. O recuo da Selic ainda não foi repassado pelos bancos. O spread está elevado. A próxima cruzada do governo é contra esse problema do spread, tendo em vista que a Selic já esta próxima do mínimo possível”, declarou o economista.

Para estimular a redução dos juros bancários no Brasil, os dois principais bancos públicos do país, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal, anunciaram nas últimas semanas reduções nas taxas de juros de suas principais linhas de crédito.

Posteriormente, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os bancos privados também têm margem para reduzir suas taxas de juros.

fonte: Alexandro Martello, G1


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