Catar condena holandesa que denunciou estupro por manter sexo fora do casamento

Catar condena holandesa que denunciou estupro por manter sexo fora do casamento

Catar condena holandesa que denunciou estupro por manter sexo fora do casamento

Justiça condenou a jovem por manter relações sexuais fora do casamento depois de ela ter feito denúncia de estupro à polícia

A mulher, de 22 anos, recebeu uma sentença com suspensão condicional – dispositivo em que o condenado só é preso se descumprir a lei durante um período probatório -, foi multada em US$ 824 (R$ 2,8 mil) e será deportada do país.

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Segundo o advogado da jovem, alguém colocou algo em sua bebida em um hotel de Doha. Depois, ela teria acordado em um quarto e percebido que tinha sido estuprada.

O homem acusado do crime argumentou que o sexo foi consensual – ele foi condenado a receber cem chibatadas por manter relações sexuais fora do casamento e a outras 40 por ter consumido bebida alcoólica.

A jovem está presa desde que fez a denúncia de estupro, em março. O caso só foi divulgado no último fim de semana, quando a família dela resolveu ir à público.

‘Horrorizada’

Após audiência nesta segunda-feira, a embaixadora holandesa no Catar, Yvette Burghgraef-van Eechoud, afirmou que a jovem deve sair do Catar nos próximos dias.

“Vamos fazer de tudo para tirá-la do país o mais rápido possível e (levá-la) para onde ela quiser”, disse à agência de notícias AFP.

A Justiça do Catar informou que a mulher será deportada após pagar a multa.
A holandesa e o homem acusado foram presos logo depois de ela denunciar o estupro, na noite de 15 de março.

Segundo o advogado dela, Brian Lokollo, a jovem passava as férias no Catar, e foi com uma amiga para ao bar de um hotel onde a venda de bebidas alcoólicas é permitida.

“Ela foi dançar e, quando voltou para a mesa, percebeu logo depois do primeiro gole que alguém tinha colocado alguma coisa em sua bebida”, afirmou.

A mulher disse que não se sentiu bem e, mais tarde, acordou sozinha em um apartamento desconhecido, “percebendo, horrorizada, que tinha sido estuprada”, acrescentou Lokollo.

Lei islâmica
Najeeb al-Nuaimi, advogado baseado em Doha e ex-ministro da Justiça do Catar, disse à rede de televisão Al Jazeera que os advogados da holandesa precisariam provar que não houve “ações voluntárias” entre ela e o homem para que ele seja acusado de estupro.

No caso de dúvidas sobre ter havido ou não consenso, o país pode processar os dois por manter relações sexuais fora do casamento, o que é conhecido como “zina” na lei islâmica, explicou.

“Quem copular com uma mulher com mais de 16 anos sem necessidade, coação ou armadilha será punido com prisão por até sete anos. E mesma pena será imposta à mulher por ter consentido”, afirma o artigo 281 do código penal do Catar.

De acordo com informações divulgadas pela imprensa, dezenas de pessoas condenadas por relações sexuais fora do casamento foram sentenciadas ao açoitamento desde 2004.

O caso da holandesa não foi o primeiro em que uma mulher acabou sentenciada após fazer uma denúncia de estupro em um dos países da região.

Em 2013, uma norueguesa foi sentenciada a 16 meses na prisão nos Emirados Árabes Unidos por falso testemunho, sexo fora do casamento e consumo de bebida alcoólica depois de fazer uma acusação semelhante – ela acabou perdoada e recebeu permissão para voltar a seu país.

Casos como esses levantam questões sobre como as autoridades do Catar vão lidar com os milhares de turistas de países ocidentais que devem visitar o país durante a Copa do Mundo de 2022.

Fonte: Último Segundo/Mundo/BBC Brasil


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