45 mil baianos desistem de ir em busca de vagas de emprego

De outubro do ano passado ao último mês de janeiro, o percentual de desempregados na Região Metropolitana de Salvador (RMS) que desistiram de procurar um espaço no mercado de trabalho cresceu 87,5%. Os chamados desempregados ocultos pelo desalento, que eram 24 mil na época do agravamento da crise financeira mundial, cinco meses depois já somam 45 mil, de acordo com a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) divulgada nesta quinta-feira, dia 26.

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Como os desalentados não contam na população economicamente ativa (PEA), base de cálculo para a pesquisa, o percentual de desempregados voltou a cair na RMS, de 19,8% para 19,4%, e alcançou o menor percentual desde que a PED foi criada, em 1996. O total de desempregados foi estimado em 354 mil pessoas, 9 mil a menos que em dezembro. Foram criados mil postos de trabalho. Os outros 8 mil foram os baianos que optaram por aguardar um momento mais propício para tentar ingressar no mercado de trabalho.

De acordo com a coordenadora da PED no Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Ana Margareth Simões, o desalento é um efeito da crise mundial. “Quando percebem que não têm boas perspectivas de ocupação no momento, aquelas pessoas que têm a opção de esperar não se sentem estimuladas a procurar”, explica ela. Além disso, acrescenta, em janeiro especificamente houve a influência do público que buscava apenas um emprego temporário, como estudantes, por exemplo. “Mas a quantidade mais significativa é mesmo fruto da falta de expectativas”, garante.

Quem buscava uma colocação no setor de serviços pode ter encontrado dificuldades que expliquem o desalento. No espaço de 30 dias, desapareceram do mercado 14 mil postos de trabalho. A situação só não foi pior, diz Ana, porque atividades ligadas ao turismo, parte do setor de serviços, tiveram desempenho positivo e melhoraram o índice geral do setor.

Os serviços domésticos, com a criação de 8 mil vagas, “salvaram” o saldo final dos chamados “outros setores”, que perdeu 6 mil ocupações entre os trabalhadores da construção civil e demais ocupações. “Graças aos serviços domésticos, o saldo acabou positivo”, explica Ana.

O Dieese fez algumas simulações para o emprego nos próximos três meses e, segundo Ana, os resultados apontam uma tendência negativa para setores industriais voltados para a exportação. “Mas o comportamento do mercado de trabalho vai depender bastante das intervenções do governo”, ressalva.

Nacional – Apesar de todas as ressalvas, a RMS foi a única entre as regiões pesquisadas em que se verificou uma queda na taxa de desemprego. Esta “excepcionalidade” destaca o analista da PED pela Superintendência de Pesquisas Econômicas e Sociais do governo do Estado (SEI), Luiz Chateaubriand, mostra a estabilidade no mercado de trabalho baiano. “É verdade que muitas pessoas se retiraram do mercado de trabalho”, ressalva.

No conjunto das seis regiões metropolitanas pesquisadas, o desemprego aumentou de 12,7% em dezembro para 13,1%, expulsando do mercado de trabalho 75 mil pessoas. Com base na PED, Chateaubriand aponta uma diminuição no nível de atividade. “Em 12 meses a indústria (na RMS) reduziu 9,3% das posições de trabalho”

Nas seis regiões pesquisadas, o percentual apresentado em janeiro ainda é o menor já verificado desde o ano de 1998. De acordo com os dados da PED, as regiões metropolitanas de São Paulo e de Belo Horizonte foram as que apresentaram maiores aumentos relativos da taxa de desemprego total.

Fonte: A Tarde


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