Estado Islâmico mata casal de policiais na França e mostra imagens ao vivo

Estado Islâmico mata casal de policiais na França e mostra imagens ao vivo

Estado Islâmico mata casal de policiais na França e mostra imagens ao vivo

Jovem manteve filho do casal como refém; houve tentativas de negociação, até a entrada da polícia, quando o terrorista foi morto; o homem transmitiu toda sua ação pelo Facebook

O grupo terrorista Estado Islâmico reivindicou na manhã desta terça-feira (14) o atentado cometido por um jovem francês de 25 anos, Larossi Abballa, que assassinou na segunda-feira (13) um casal de policiais na cidade de Magnanville, a 60 quilômetros a oeste de Paris. O autor do crime já havia sido condenado por cumplicidade em organização terrorista, em um caso de uma quadrilha que coordenava o envio de fundamentalistas islâmicos para campos de treinamento no Afeganistão e no Paquistão.

O ataque aconteceu por volta de 20h50. O policial de 42 anos foi ferido por com várias facadas, enquanto sua mulher, também policial, acabou tendo a garanta cortada quando estava sob o domínio de Abballa na residência da família, situada em um bairro residencial da cidade de 6 mil habitantes.

Armado com a faca, o jovem manteve o filho do casal, de 3 anos, como refém. Houve tentativas de negociação, até o assalto das forças especiais da polícia da França, no início da madrugada, quando o terrorista acabou abatido a tiros.

O assassino era morador da cidade vizinha de Mantes-la-Jolie, situada a quatro quilômetros de distância. Segundo o jornalista e escritor David Thomson, especialista em jihadismo, Abballa divulgou fotografias de suas vítimas mortas em uma página criada no Facebook sob o nome de “Mohamed Ali”. Por ela, também transmitiu imagens dos corpos ao vivo pela ferramenta de vídeos Facebook Live. Ao fundo, o filho das vítimas aparece em um sofá. “Eu ainda não sei o que vou fazer com ele”, afirmou, referindo-se à criança.

Abballa também publica a reivindicação de seu crime e exorta outros jihadistas a matar policiais, agentes penitenciários, jornalistas e cantores de rap – citando inclusive alguns nomes de alvos.
Ainda na mensagem, o assassino jura fidelidade ao chefe do Estado Islâmico, Abou Baker al-Bagdadi, e diz ter respondido à convocação de Abou Mohammed al-Adnani, terrorista considerado o potencial mentor dos atentados de Paris e Saint-Denis em 13 de novembro, que deixaram 130 vítimas.
O terrorista também fez uma ameaça específica sobre a Eurocopa, o torneio de seleções de futebol que está em curso na França e que se prolongará até 10 de julho. “A Euro será um cemitério”, diz Abballa no vídeo. O conteúdo foi retirado do ar e está sendo analisado pela polícia e pelo Polo Antiterrorista do Ministério Público.

Nesta terça-feira, a Amaq, agência de informações do Estado Islâmico, divulgou um comunicado no qual chama o assassino de “combatente”, reivindicando o ataque.
Abballa já havia sido condenado em 2013 pela Justiça da França a cinco anos de prisão, dos quais seis meses em regime fechado, por ter integrado um grupo que organizava a ida de jihadistas a campos de treinamento. Além de outras passagens pela polícia por crimes menores – como roubo e receptação –, o terrorista também foi implicado em uma nova investigação sobre uma quadrilha com relações com jihadistas na Síria. Por esses crimes e suspeitas, ele era alvo de monitoramento por parte dos serviços secretos como um radical suspeito de terrorismo.

Na manhã desta terça, o presidente da França, François Hollande, manifestou-se sobre o caso em discurso na sede da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), e confirmou não haver dúvidas de que assassinato dos dois policiais foi um atentado do Estado Islâmico. “É um ato incontestavelmente terrorista ao mesmo tempo porque seu autor quis que seu ato fosse reconhecido como um ato terrorista e porque sua organização também o reivindicou”, informou Hollande.

De acordo com o ministro do Interior Bernard Cazeneuve, o crime é prova de que a polícia é um alvo prioritário da organização terrorista na França. Ele afirmou que não se pode descartar a ação “de comandos armados, que utilizam meios criptografados e identidades falsas”, mas também de outros assassinos isolados.

Fonte: Último Segundo/Mundo/Estadão


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