A briga envolvendo o ator Marcello Novaes em uma boate da Zona Sul do Rio, na madrugada desta sexta-feira (21), aumentou a preocupação dos proprietários de casas noturnas da cidade em relação ao crescimento da violência durante a noite.

De acordo com registro policial, Marcello foi agredido no rosto ao tentar ajudar um amigo que se envolveu em uma briga na boate 00, na Gávea. Devido ao ferimento, o ator foi submetido a uma cirurgia plástica e levou 21 pontos no rosto.

“O sindicato sempre teve preocupação com isso e tem procurado aconselhar os outros membros e associados a ter uma política de colaboração com a Secretaria de Segurança no sentido de minimizar esses incidentes”, diz Alexandre Sampaio, que representa os donos de bares e boates do Rio.

Em outubro, um engenheiro foi agredido quando saía da boate Melt, no Leblon, sofrendo ferimentos graves. Em junho, um estudante de 18 anos foi morto durante uma briga em frente à boate Baronetti, em Ipanema, também na Zona Sul.

Na tentativa de controlar a violência em casas noturnas, estabelecimentos foram obrigados a instalar câmeras de segurança e detector de metais. Além disso houve uma tentativa de se criar uma lei para oficializar uma lista com nome dos brigões, e assim barrá-los logo na entrada, mas a lei foi considerada inconstitucional.

Para alguns especialistas, só quando os valentões começarem a ser punidos de fato é que as brigas vão diminuir.

“Tudo isso tem que ser levado realmente a uma conseqüência, que pode ser inclusive processo. Eu acho que um dos grandes incentivadores dessa perda de controle é, justamente, a impunidade”, afirmou o psicólogo da Uerj Jairo Werner.