Escolas particulares de SP têm 2ª pior queda em avaliação nacional

A nota da rede particular de São Paulo no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) caiu 13,1 pontos neste ano, se comparada à registrada em 2007. Foi a segunda maior queda no País, inferior apenas à das escolas privadas de Goiás. A diminuição da nota na prova objetiva, de 71,6 para 58,5, fez com que os alunos paulistas da rede particular deixassem a primeira colocação no Brasil e caíssem para a terceira.

O resultado do Enem foi divulgado ontem pelo Ministério da Educação (MEC) e mostram que, no geral, as notas dos alunos nas 63 questões (parte objetiva) caíram. A média do exame – realizado por 2,9 milhões de jovens no País, em agosto – foi de 41,69, ante 51,52 em 2007. Na redação, subiu de 55,99 para 59,35. A nota varia de 0 a 100. Os resultados por escola e por município serão divulgados somente no ano que vem.

Segundo o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC), Reynaldo Fernandes, o Enem tem níveis de dificuldade diferentes de um ano para outro e por isso é complicado comparar as notas. Outros exames, como a Prova Brasil, são feitos com uma calibragem para que tenham sempre o mesmo nível de dificuldade e possam, assim, avaliar o sistema como um todo.

Mesmo assim, a queda na pontuação de São Paulo foi considerada preocupante por especialistas. O Distrito Federal, hoje o primeiro colocado entre as redes privadas no Enem, caiu apenas oito pontos. A nota geral das escolas privadas do País foi 56,12. São 11,9 pontos a menos que em 2007.

“É um absurdo, é preciso analisar o que aconteceu”, disse o presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo (Sieeesp), José Augusto de Mattos Lourenço. Ele foi avisado pela reportagem sobre o desempenho das escolas particulares e disse que ainda precisava receber os dados oficialmente para avaliar melhor.

“Em São Paulo temos todo tipo de aluno na rede privada, inclusive classe C. Em outros Estados, só a elite da elite estuda nessas escolas”, diz o presidente do Conselho Estadual de Educação, Artur Fonseca Filho. Já Mauro Aguiar, diretor do Colégio Bandeirante, uma das escola com melhor desempenho do Estado no exame, se disse surpreendido com o resultado. “As escolas têm investido para que seus alunos se saiam bem na prova. O mercado é muito afetado pelos rankings do Enem.”

O Estado de São Paulo tem a maior rede particular do Brasil. O número de alunos no ensino médio – cerca de 250 mil, segundo os dados mais recentes do MEC – representa mais de 20% de todos os estudantes desse nível educacional em escolas privadas brasileiras. Participaram da prova do Enem neste ano 59.395 alunos que estavam no último ano do ensino médio de escolas particulares de São Paulo e 225.226 de públicas.

A nota dos alunos da rede pública paulista na prova objetiva caiu menos que as das particulares: 11,95. A média deste ano foi 39,02, ou seja, menos de 50% de acerto, nível que tinha sido alcançado em 2007.

Na parte de redação – que não é feita por todos os participantes porque a nota não é considerada em vestibulares, como o da Fuvest – a média da rede particular de São Paulo aumentou de 62,09 para 64,96. Na rede pública também cresceu: passou de 55,04, em 2007, para 57,77, em 2008.

O Enem é um exame voluntário, criado em 1998, para avaliar os alunos que estão concluindo ou já concluíram o ensino médio. A nota atualmente é essencial para a seleção no Programa Universidade para Todos (ProUni), que dá bolsas para alunos de escolas públicas em faculdades privadas. Os estudantes podem consultar suas notas no site.


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