Limite de tempo no rotativo do cartão deve reduzir inadimplência, diz Abecs

Para a associação, período máximo no rotativo deve deixar taxas de juros mais compatíveis com o que é cobrado no parcelamento da fatura

A permanência do cliente no rotativo do cartão de crédito durante, no máximo, 30 dias deve reduzir a inadimplência do setor. Para a Associação Brasileira das Empresas de Cartões (Abecs), a medida anunciada nesta quinta-feira (22) permitirá ao consumidor controlar melhor o orçamento doméstico e a comprometer uma parte menor da renda mensal com parcelas.
Segundo a associação, a nova regra estimular a queda da taxa de juros do cartão de crédito para níveis mais compatíveis com os índices cobrados no parcelamento da fatura. A Abecs também afirma que as empresas estudam desde março mudanças em seus sistemas de crédito rotativo.
De acordo com a medida, após o contribuinte ficar durante 30 dias no rotativo, a linha deverá ser substituída automaticamente por opções mais baratas de financiamento, como o parcelamento da fatura, que cobra juros menores. Além disso, o cliente terá a opção de quitar a fatura no dia seguinte, mesmo que tenha entrado no parcelamento.
Para o presidente Michel Temer, a limitação permitirá reduzir os juros pela metade. “O momento que nós vivemos na economia demanda a adoção de medidas que permitam, ainda de forma parcial, uma recomposição da renda do trabalhador”, disse.
A Abecs informou, ainda, que continuará a discutir com o Banco Central a possibilidade de redução, de 28 para 2 dias, do prazo para as empresas de cartão transferirem para os lojistas os valores das compras feitas pelos consumidores.

Juros de 459,53% ao ano

Segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média do cartão de crédito chegou a 459,53% ao ano em novembro. Na prática, quem financia R$ 1 mil no cartão chegou ao fim de 12 meses terminados em novembro devendo R$ 5.595,30. Os juros do rotativo são cobrados quando o cliente não paga o valor total da fatura. O consumidor tem a opção de pagar o valor mínimo (15% da conta) e financiar o saldo restante nos meses seguintes.
Fonte: Último Segundo/Brasil Econômico/Com informações da Agência Brasil.