Sérgio Cabral diz que bondinhos de Santa Tereza estão sucateados

bondinho

“A verdade é que é a frota dos bondinhos é uma frota sucateada. Ela é uma frota onde foram reformados alguns bondes e outros não. A verdade também é que não há controle de passageiros. (…).
Me parece que era um problema de gerência. De gerência desse tipo de controle”, afirmou o governador Sérgio Cabral, na manhã desta quarta-feira (31), referindo-se aos bondes que circulam em Santa Teresa, no Centro do Rio.

No sábado (27), cinco pessoas morreram e mais de 50 ficaram feridas num acidente no bairro.

Cabral esteve nesta manhã em Botafogo, na Zona Sul, nas obras do Hospital Pro Criança. O governador participou da cerimônia em que um um cheque de R$ 30 milhões do empresário Eike Batista foi doado para a finalização das obras do local.

O governador lamentou o acidente no sábado e disse que o estado não fugirá de suas responsabilidades. “Nossa manifestação de consternação e solidariedade aos familiares e vítimas dessa situação. O estado se coloca à disposição e não vai fugir das duas responsabilidades”, disse.

Governador nega falta de investimento
Sobre o fato do bondinho estar com capacidade de passageiros além do permitido no dia da tragédia, Cabral confirmou que houve negligência.

“Que ele (o bonde) não é um transporte de massa, não é. Que há um descontrole na entrada (de passageiros), há. Havia um excesso de passageiros absurdo na hora da tragédia, havia”, acredita.

No entanto, Cabral afirmou que não houve falta de investimento no sistema. “Foram R$ 14 milhões em investimentos para a recuperação de bondes e trilhos, isso foi feito. Mas me parece que houve problema de gerência”, acrescentou.

O governador nomeou o presidente do Detro, Rogério Onofre, interventor dos bondes, e aguarda o resultado da perícia do acidente.

“Eu não vou me precipitar, já ouvi muitas opiniões a respeito. Eu estou colocando o Rogério Onofre para me dar um diagnóstico verdadeiro, para relatar de fato quais são as condições para que nós possamos juntos, com a sociedade e autoridade, decidirmos o que queremos para o bonde de Santa Teresa”, disse.

Perguntado pelos jornalistas sobre a possível exoneração do secretário de Transportes, Júlio Lopes, Cabral preferiu não se pronunciar. Na segunda (29), o secretário disse que o motorneiro deveria ter levado o bonde para a oficina após ter uma batida num ônibus antes do acidente que deixou cinco mortos.

“Para retomar o funcionamento (dos bondes) terá que retomar em outras bases”, finalizou Cabral.

Treze revisões em um mês
O bonde envolvido acidente no sábado (27) foi para a manutenção 13 vezes em agosto, cinco para consertar o freio. As informações são de um relatório distribuído pela Central, companhia que administra os bondes.

Segundo o documento, no dia 21, o bonde deixou de sair por problemas no freio, e só voltou a operar no dia 25, com a substituição da sapata, uma peça que trava a roda.

Para os especialistas, a quantidade de reparos seguidos indica problemas no bondinho: “Existia pelo menos alguma coisa normal, porque ele trocou as sapatas, um dia depois ele troca outra, um dia depois o ‘cara’ reclama da roda. Isso foi assim até chegar a véspera do acidente”, disse o engenheiro de transportes Fernando Macdowell.

O engenheiro da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Moacyr Duarte, disse que o relatório é uma declaração de falta de planejamento. Para o engenheiro de transporte, Sérgio Beluciê, foi uma irresponsabilidade liberar o bonde para o transporte de passageiros, depois de tantos consertos seguidos nos freios.

A Central informou que possui sete bondes antigos e outros sete reformados. Dos antigos, de acordo com a companhia, apenas um estaria em condições de circular. Dos que passaram por reforma, apenas dois. A companhia informou que os outros 11 bondes precisam de algum tipo de reparo ou de reforma completa.

Imagens feitas há 2 anos mostram o bonde número 10, que tombou no sábado, conduzido pelo motorneiro Nelson Correa, morto no acidente.

Medidas
Os bondes de Santa Teresa vão continuar fora de circulação até que sejam implementadas as medidas de segurança que o governo do estado promete tomar. A principal delas foi a transferência da gestão dos bondinhos, que deixa de ser da Secretaria de Transportes e passa para o presidente do Departamento de Transportes Rodoviários (Detro), Rogério Onofre.

“Vamos procurar inicialmente fazer um trabalho de levantamento, de auditagem, saber dos problemas para a gente poder apresentar para o governador o mais rápido um diagnóstico com as soluções”, disse Onofre.

O presidente do Detro vai se reunir nesta quarta-feira (31) com envolvidos no sistema de bondes de Santa Teresa para discutir a segurança do transporte. De acordo com o Detro, a intervenção não tem prazo para acabar, e o transporte por bondes continuará suspenso por prazo indeterminado.

fonte: Thamine Leta


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