Aos 34 anos, Ronaldo anuncia sua aposentadoria

ronaldo

É um fenômeno natural na vida do atleta, seja ele medíocre ou excepcionai: chega uma hora em que é preciso parar.

Esse é o momento que vive Ronaldo Luís Nazário de Lima, 34 anos. Foi um pouco antes do que o próprio atacante e a torcida do Corinthians imaginavam: o planejado era no final do ano, ao término de seu contrato com o clube.

Mas também foi muito, muito depois do que os céticos imaginavam – havia gente apostando nisso desde 1998, quando o futuro recordista de gols em Copa do Mundo passou por um nebuloso episódio de convulsão às vésperas da final do Mundial contra a França, em Paris.

Ronaldo confirmou a decisão no “Fantástico’, da TV Globo, no domingo: vai pendurar suas milionárias chuteiras. O anúncio será feito oficialmente às 12h40m desta segunda-feira, no centro de treinamento do Corinthians, em São Paulo.

– Nos últimos dias chorei feito um neném, uma criança. São as dores do corpo… A cabeça até quer continuar, mas o corpo não aguenta – disse Ronaldo à jornalista Patrícia Poeta, apresentadora do “Fantástico”.

O melhor jogador de futebol do mundo em 1996, 1997 e 2002 havia revelado mais cedo, no próprio domingo, ao jornal “O Estado de S. Paulo”.

– Não aguento mais. Eu queria continuar, mas não consigo. Penso uma jogada, mas não executo como quero. Tá na hora. Mas foi lindo pra caramba – contou Ronaldo a Daniel Piza.

A última frase tira um pouco da melancolia da decisão, impressão reforçada por outra declaração divulgada pelo “Fantástico”:
– Os últimos dois anos no Brasil foram os mais incríveis da minha vida.

Ao voltar ao Brasil, em 2008, bem acima do peso e sem contrato com clube algum (desempregado, jamais, levando em conta os contratos publicitários), poucos apostariam que ele fosse brilhar novamente. Mas em 2009, repetindo algo que já havia feito tantas vezes ao longo da carreira, Ronaldo conquistaria o Campeonato Paulista e a Copa do Brasil.

O Kung Fu Panda pesado da estreia bizarra contra um Itumbiara recheado de veteranos decadentes como Túlio Maravilha e Denílson Show tinha tudo para se tornar mera fonte de folclore – houve quem antevisse uma passagem melancólica como a de Garrincha pelo mesmo Corinthians, em 1966 (13 jogos, dois gols). Coisa de quem ignora a essência fenixiana de Ronaldo.

Com gols decisivos e boas atuações, ele mudou tudo. Virou alegria do povo, em moldes semelhantes ao do mito botafoguense. Para a Fiel, durante mais de um ano, pronunciar o nome do jogador bastava como gozação para todos os outros torcedores, era resposta para qualquer dissabor do cotidiano: “Ronaldo”, repetiam, com graus variados de deboche.

O caso de amor com os corintianos sofreu abalos no fim do ano passado, com a perda de um título brasileiro que, durante várias rodadas, estave bem perto do Timão.

E a decisão de pendurar as chuteiras ganhou força após a derrota para o modesto Deportivo Tolima, no último dia 2 de fevereiro, na cidade colombiana de Ibagué.

O resultado, associado ao empate de 0 a 0 no primeiro jogo no Pacaembu, tirou do Corinthians a possibilidade de conquistar seu maior objeto de desejo: a Libertadores, único título que falta em sua galeria trofeus.

No retorno ao Brasil, houve protestos violentos. Torcedores foram à porta do CT xingar os jogadores e atirar pedras no ônibus.

Houve depredação de carros de funcionários do clube e pichações onde se lia “R9 FDP”, “Ronaldo maldito” e “gordo safado”… Roberto Carlos, um dos melhores amigos do atacante, usou a pressão da torcida e alegadas ameaças sofridas como pretexto para sair do clube: está prestes a assinar com o Anzhi Makhachkala, da Rússia, um contrato de R$ 22 milhões por duas temporadas.

Ronaldo não precisa se refugiar em nenhum cafundó ao sul da Federação Russa para faturar. Tem muitos contratos publicitários vinculados ao Corinthians e deve, de alguma forma, seguir ligado ao clube. Isso provavelmente será esclarecido na entrevista coletiva desta segunda-feira.

Até o fim de seu contrato, mesmo que não entre mais em campo em jogos oficiais, é certo que o Fenômeno vai novamente virar o jogo. E ser aclamado mais uma vez como grande ídolo – não só da Fiel, mas também de todos os devotos pagãos do bom futebol em todo o planeta.

fonte: GLOBOESPORTE.COM


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